A Saúde Mental das crianças e adolescentes é o aspeto mais importante do desenvolvimento social e cognitivo de qualquer criança. Alguns estudos têm demonstrado que crianças com problemas de saúde mental, quando não tratadas adequadamente, provavelmente vão crescer e ter uma baixa autoestima, sentimentos negativos e comportamentos pouco saudáveis. No entanto, quando recebem o tratamento adequado podem aprender a viver uma vida mais promissora.

A Saúde Mental na infância e adolescência, bem como a pedopsiquiatria são áreas pouco desenvolvidas, com recursos insuficientes em Portugal e na Europa (WHO, 2015). Segundo a mesma organização, existem barreiras já identificadas que dificultam os cuidados de Saúde Mental nesta área, nomeadamente, o transporte, os recursos financeiros limitados, o estigma e a falta de informação acerca desta problemática na sociedade em geral (WHO, 2001; WHO, 2015).

Alguns estudos até 50% de transtornos mentais em adultos começam na adolescência, antes mesmo dos 14 anos. A Associação Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, refere que uma em cada cinco crianças tem problemas de saúde mental e estima que esta proporção tenha tendência a aumentar. Os problemas de Saúde Mental e Psiquiatria na infância e adolescentes acarretam sofrimento e custos económicos para a sociedade e para estas crianças na vida adulta (WHO; 2001; WHO, 2015).

Segundo a DGS (2017) Portugal afastou-se dos objetivos propostos, pelo que é de urgente intervir neste âmbito, assim a consistência e consolidação dos cuidados parentais à criança, a adequada interação pais-criança e a vinculação segura da criança aos pais são fatores cruciais para o desenvolvimento psíquico e social da criança, com repercussões ao longo de todo o seu ciclo de vida (DGS, 2009).

Existe a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde para estas questões de forma a melhorar a intervenção em saúde mental na infância, através da triagem, da avaliação, da intervenção e da referenciação das situações necessárias.